leite materno (composição)

Leite materno O leite materno é fundamental para a saúde das crianças nos seis primeiros meses de vida, por ser um alimento completo, fornecendo nutrientes em quantidade adequada (carboidratos, proteínas e gorduras), componentes para hidratação (água) e fatores de desenvolvimento e proteção como anticorpos, leucócitos (glóbulos brancos), macrófago, laxantes, lipase, lisozimas, fibronectinas, ácidos graxos, gama-interferon, neutrófilos, fator bífido e outros contra infecções comuns da infância, isento de contaminação e perfeitamente adaptado ao metabolismo da criança. Já foi demonstrado que a complementação do leite materno com água ou chás é desnecessária, inclusive em dias secos e quentes. Recém-nascidos normais nascem suficientemente hidratados para não necessitar de líquidos, além do leite materno, apesar da pouca ingestão de colostro nos dois ou três primeiros dias de vida. O leite humano, em virtude das suas propriedades anti-infecciosas, protege as crianças contra infecções desde os primeiros dias de vida. Além de diminuir o número de episódios de diarreia, encurta o período da doença quando ela ocorre e diminui o risco de desidratação. O leite humano é fonte completa de nutrientes para o lactente amamentado exclusivamente no seio até os seis meses de vida. A composição química do leite materno atende também às condições particulares de digestão e do metabolismo neste período de vida do recém nascido. Vários são os fatores que podem determinar variações na composição do leite materno, como: estágio de lactação, parto prematuro, tempo de gestação, esvaziamento da mama, hora e intervalo entre as mamadas, grau de pressão utilizado para extrair o leite, método e horário de coleta das amostras, técnicas de análise laboratorial, intervalo entre as gestações e a ingestão de álcool ou drogas. Fornece em torno de 70 Kcal/100ml. Os lipídios fornecem 51% da energia total do leite, carboidratos 43 % e proteína 6%. Os lipídios além de fornecerem energia, também apresentam importantes papéis fisiológicos e estruturais, além de ser o veículo para entrada das vitaminas lipossolúveis do leite. Lactose é o carboidrato predominante do leite. A presença de lactose no leite humano auxilia a proliferação dos Lactobacillus bifidus que por inibir o crescimento de micro-organismos gram-negativos impede o aparecimento de infecções intestinais. O leite humano é o que contém o menor teor de proteínas, sendo o teor maior no colostro – primeira secreção da glândula mamária(15,8g/l). As proteínas do leite são divididas em caseína e proteínas do soro. A maior quantidade de proteínas do leite de vaca (82%) está na forma de caseína, enquanto que no leite humano maduro o teor de caseína não ultrapassa 25% das proteínas totais. A caseína é uma proteína importante como provedora de aminoácidos livres ao lactente, além de cálcio e fósforo que são constituintes de suas micelas. Já as proteínas do soro do leite (lactoalbumina, lactoferrina, imunoglobulinas), são essenciais para a proteção do recém nascido. A maioria das vitaminas está presente em quantidades adequadas no leite humano. Apesar de o leite de vaca conter algumas vitaminasem quantidades superiores ao leite materno, o aquecimento, a exposição à luz e ao ar inativam e destroem a maioria delas. O teor de eletrólitos do leite de vaca é três a quatro vezes superior ao do leite materno e, associado ao alto teor de proteínas, pode provocar uma sobrecarga renal que pode levar à retenção de sódio, hiperosmolaridade e aumento da sensação de sede. Esta sede pode ser interpretada como fome, e mais leite é oferecido à criança. O ferro está presente em concentrações semelhantes no leite humano e no leite de vaca, porém apresenta melhor disponibilidade no primeiro. A lactoferrina, proteína que se liga ao ferro no leite humano, reduz a quantidade de ferro livre, inibindo a multiplicação bacteriana
Tipos de leite Colostro: é o primeiro leite. É mais espesso, é rico em anticorpos e tem uma quantidade menor no início que vai aumentando de acordo com o número de vezes que o bebê suga. Pode já estar presente no final da gestação. Esse leite é a primeira vacina do bebê e, por sua característica especial, ajuda o bebê a eliminar o mecônio – que é o cocô que o bebê faz nos primeiros dias de vida, diminuindo também a chance da icterícia (o bebê que fica amarelinho). O colostro dura, em média, 5 dias. Leite de Transição: entre o colostro e o leite maduro. Entre o 5º e 10º dia de vida do bebê. É quando o leite começa a mudar suas características pois o bebê está crescendo. Leite maduro: leite que, normalmente está presente após o 10º dia de vida, com características bastante próprias. É dividido em leite anterior – quando o bebê inicia a mamada, e é rico especialmente em água, além de todos os outros componentes que o bebê precisa, e o leite posterior – que é o leite do final da mamada, mais rico em gorduras e que proporciona um ganho de peso melhor para o bebê. Daí a importância do bebê mamar as duas mamas em todas as mamadas, assim, ele vai saciar a sede com o leite anterior e engordar com o leite posterior, além de receber os anticorpos e os outros componentes tão importantes ao crescimento e desenvolvimento do seu bebê. Mães de recém nascidos pré termo (<37 sem) contém mais proteínas e lipídios e menos lactose, além de teores mais elevados de lactoferrina e IgA. Em relação aos nutrientes do leite materno, as proteínas classificam-se em caseína e proteínas do soro, sintetizados pela glândula mamária e albumina, enzimas e hormônios provenientes do plasma. Não há evidências de que a composição corporal ou os hábitos alimentares maternos influenciem na concentração de proteínas do leite humano, mesmo em mulheres desnutridas. A principal fonte de energia do leite materno são as gorduras, principalmente Triglicerídeos (98%). Nesse caso, o tipo de lipídeo consumido pela mãe e seu estoque de gordura corporal, influenciam diretamente a composição de ácidos graxos do leite materno, exceto a de colesterol. O principal carboidrato é a lactose (aprox. 70g por litro). Ela é fundamental na absorção de minerais como cálcio e ferro e sua concentração parece não sofrer influência da dieta materna. Os minerais presentes no leite (Ca, Fe, Zn, Cu, etc) são altamente biodisponíves se comparados ao leite de vaca ou a fórmulas infantis. Sua concentração não é afetada pela alimentação da mãe. Já as vitaminas (A,D,E,K,C e complexo B) têm sua concentração influencida diretamente pela dieta materna, daí a importância de uma alimentação variada e balanceada. Enfim, não há dúvidas de que o leite materno é o alimento ideal para o recém nascido, exclusivo até o 6º mês e complementado até 2 anos. Todo profissional de saúde têm por obrigação estimular a prática da amamentação para todas as mulheres.

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